quinta-feira, 21 de junho de 2012

Rompendo com a estética feminina

por Letícia Carvalho


Encerrando a quarta noite do festival de cenas curtas, Two Ladies Golfers, Oh Drink, Oh Eat, veio para quebrar a linearidade das cenas anteriores. Inicialmente duas mulheres, usando vestuários que se assemelhavam às roupas vestidas pela nobreza do século XVIII, sentam em um jardim para ler e tomar um chá. Aos poucos esse glamour colocado pelas personagens vai sendo substituído pelo caos, parecendo que as donzelas estavam mudando de personalidade.

A proposta implantada pela cena talvez tenha causado estranheza pelo público, uma vez que a imagem das duas mulheres com estrema feminilidade foi desconstruída por situações inquietantes onde as personagens parecem terem se transportado da idade média para o pós-moderno. A sensação que dá ao assistir Two Ladies Golfers, Oh Drink, Oh Eat é que as mulheres são sustentadas por uma posição social e que tem que mostrar uma determinada fineza, mas o que elas realmente querem é serem livres para cometer suas loucuras.

Desenvolvendo a cena, o que se percebe é que as personagens estão em um duelo, pois começam a agir de forma frenética e competitiva. A peça que utiliza recursos imagéticos e de áudios para chegar ao ápice da cena, usa da alternância de estilos musicais para representar a mudança dos momentos de loucura para os momentos de calmaria. Ao final, a impressão foi que as atrizes não conseguiram chegar a um clímax, talvez deixando a desejar o que queriam passar aos espectadores. A mensagem foi perdida pelo fato de pecarem pelo excesso de imagens e a falta de objetividade sobre o que propuseram transmitir ao público.

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